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24 julho 2012

Dad, i miss you.

Era um dia de domingo com sol bem no alto do céu azul, o vento roçando a pele deixando uma sensação agradável no corpo. Lembro que você acordava por volta das cinco da manhã, a bolsa com as coisas do jogo já havia sido preparada na noite anterior e então você saía com meu irmão pra ir jogar bola com outros caras. O melhor jeito de começar o dia pra você eu sei e enquanto isso eu dormia. Mais ou menos oito e meia você chegava, tomava banho e ia me acordar com cócegas, puxando lençol, falando que me amava, fazendo voz de bebê e tantas outras coisas mais. Tirar-me da cama nunca foi uma batalha fácil de vencer e você sempre ganhou. Eu levantava, lavava o rosto e íamos tomar café. Lembro que arrumava as coisas, fazia vitamina de banana e se gabava todo porque realmente ficava uma delícia. Depois íamos para o colchão no chão da sala, porque sempre soubemos que ficar sentado como visita na casa dos outros não tem a menor graça. Deitávamos e assistíamos a filmes, os de época, com batalhas épicas e romances proibidos onde o caráter do mocinho e a inocência da donzela sempre estavam presentes, eram os nossos preferidos. Lembra-se de Coração de cavaleiro? Perdi a conta de quantas vezes vibramos quando ele finalmente derrubava o Conde Adhemar do cavalo e vencia o duelo… O que falar da Lenda do Zorro então? Sem comentários! Almoçávamos, você ia dormir e sempre emborcado e balançando os pés… Hoje não consigo dormir de outro jeito, sabia? E ao acordar vez ou outra conversávamos e você me perguntava sobre os namorados que eu nunca tivera, sobre os estudos, as amizades… Alisava meu cabelo e enquanto eu tagarelava tudo com a cabeça repousada em seu peito você escutava, ria e aconselhava no que achava necessário. Depois você assistia ao jogo das 16h00min com meu irmão, eu ficava no computador e então a noite chegava e você tinha que ir… Era o fim de um domingo perfeito de uma garota de 17 anos com o seu pai. No domingo seguinte tudo deveria acontecer novamente e saudades seriam deixadas de lado como sempre. Mas ai você foi jogar e não voltou! Quando acordei as 08h30min da manhã com uma ligação do hospital você tinha ido. Era 2009… Passou-se 2010, 2011, estou em 2012 e existe em mim uma saudade que não tem fim, que me tortura dia após dia mais do que qualquer tortura física. O ser humano tem o costume de usar o nunca com frequência sem saber ao certo seu significado. A agonia que me faz enlouquecer quando penso que n u n c a  mais irei sentir o seu abraço… Ela me faz querer desistir de continuar. Eu te amo, pai, onde quer que você esteja, sei que pode sentir isso!

Por Junie Torres.

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